Dia de sol demais. Meu Deus. De sol.
A gente tenta ver as coisas. Coisas
todas excedidas. A gente tenta.
Meu Deus. Cadê cortina no meu céu.

Cadê o Ray-Ban que já foi meu. O dia
no jardim em pânico de reflexo.
Assim como a geladeira, o teto.
Tudo grita “Ah” quando eu vejo “Ah”.

Vamos ser claros, sim. Ou menos claros.
É. Vamos ser rasos, sem fazer caso.
Porque nenhuma sombra me ilumina.

Que vida sem fumê. Meu Deus. Pra quê
fazer cegar o que é para ser visto.
Melhor lavar o rosto e ver TV.

Nenhum comentário:

Postar um comentário